Você já se pegou checando o celular do seu parceiro ou parceira, buscando incessantemente por validação ou sentindo uma pontada de ciúme quando eles mencionam um colega de trabalho? Se sim, saiba que você não está sozinho(a). A insegurança nos relacionamentos é um sentimento comum, mas que, se não for compreendido, pode minar a confiança e a felicidade a dois.

A insegurança é, em essência, uma falta de confiança — seja em si mesmo(a), no seu parceiro(a) ou na estabilidade da própria relação. Ela se manifesta como um medo profundo de que o relacionamento esteja em risco, muitas vezes alimentado por uma crença de que não somos bons o suficiente ou dignos de amor.

Esse sentimento pode se apresentar de várias formas no dia a dia:

• Necessidade constante de validação: Fazer perguntas como “Você ainda me ama?” ou buscar elogios para se sentir seguro(a).

• Ciúme e desconfiança: Ficar ansioso(a) com as interações do seu parceiro(a) com outras pessoas e duvidar da sua fidelidade.

• Analisar tudo excessivamente: Procurar significados ocultos em cada palavra ou ação, sempre esperando um sinal de rejeição.

• Distanciamento emocional: Afastar-se para evitar a vulnerabilidade e o risco de se machucar, criando uma barreira invisível.

As Raízes da Insegurança: De Onde Ela Vem?

Raramente a insegurança surge do nada. Muitas vezes, ela é um eco de experiências passadas. Traumas, traições ou relacionamentos anteriores onde a confiança foi quebrada podem deixar feridas que carregamos para novas relações.

Além disso, a forma como aprendemos a nos conectar na infância, conhecida como “estilos de apego”, tem um papel fundamental. Pessoas com um estilo de apego ansioso, por exemplo, tendem a se preocupar muito com o abandono e buscam aproximação constante, enquanto aquelas com um estilo evitativo podem ver a intimidade como uma ameaça e se fecham como forma de proteção.

Compreender isso não é sobre culpar o passado, mas sobre iluminar o presente para que possamos mudá-lo.

4 Passos Práticos para Construir um Relacionamento Seguro

Superar a insegurança é uma jornada que começa dentro de você. Não se trata de exigir que seu parceiro(a) mude, mas de fortalecer sua própria base emocional.

1. Invista no Autoconhecimento com a Escrita
   O primeiro passo é entender seus gatilhos. O que exatamente desperta sua insegurança? Um diário pode ser uma ferramenta poderosa. Reserve alguns minutos por dia para escrever sobre seus sentimentos sem julgamento. Pergunte a si mesmo: “O que aconteceu hoje que me fez sentir assim?”. Com o tempo, você começará a ver padrões que antes eram invisíveis.

2. Aprenda a se Comunicar de Forma Vulnerável
   Em vez de acusações como “Você me deixa inseguro(a)”, tente uma comunicação mais aberta e vulnerável. Use frases que comecem com “Eu sinto…”. Por exemplo: “Eu sinto uma pontada de ansiedade quando não tenho notícias suas por um tempo, pois me faz questionar se está tudo bem entre nós”. Isso transforma uma potencial briga em um convite para a conexão e o apoio mútuo.
3. Nutra sua Autoestima Fora do Relacionamento
   Sua autoestima não pode depender exclusivamente da sua relação. Quanto mais completo(a) você se sentir por conta própria, menos buscará validação externa. Resgate um hobby antigo, comece um curso online, pratique um esporte. Invista em atividades que te tragam alegria e um senso de realização pessoal. Isso não só aumenta sua confiança, mas também te torna uma pessoa mais interessante e segura.

4. Busque Conhecimento e Entenda a Dinâmica das Relações
   Muitas vezes, entender a psicologia por trás dos nossos comportamentos é libertador. Ler sobre estilos de apego, comunicação não-violenta e vulnerabilidade pode te dar as ferramentas e a linguagem para compreender a si mesmo(a) e ao seu parceiro(a) em um nível mais profundo.

Lembre-se: construir segurança em um relacionamento é como cuidar de um jardim. Exige paciência, presença e o cultivo diário do amor-próprio e da confiança mútua.

Referências Bibliográficas Sugeridas

1. “Apegados: A nova ciência do apego adulto e como ela pode te ajudar a encontrar e manter um amor” por Amir Levine e Rachel S.F. Heller.
2. “A Coragem de Ser Imperfeito: Como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é” por Brené Brown.
3. “Os Seis Pilares da Autoestima” por Nathaniel Branden.

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